sexta-feira, 11 de setembro de 2009

EVENTO INDIANO EM RECIFE!!!

Venha conhecer a Índia!

A Índia que eu vi

do geógrafo e escritor João Avelar Lobato

Participe de palestra, performances típicas da Índia, exibição de fotos, coquetel e lançamento do livro de João Avelar Lobato.

Dia 01 de outubro, às 19 horas

Livraria Cultura

Paço Alfândega - Bairro do Recife (81) 2102-4033

A ÍNDIA QUE EU VI é o relato de uma longa viagem pelo país, com informações sobre a cultura, história, religiões, tradições, comida e muito mais. Um livro com mais de 50 fotos e mapas que trazem os encantos da Índia para bem perto de você. João Lobato, que viveu um ano na Ásia estudando a cultura da região, explica os mistérios da Índia num texto agradável e informativo.

Mais detalhes: www.livrodaindia.blogspot.com

domingo, 26 de julho de 2009

Castas: uma polêmica







Um dos assuntos mais polêmicos relacionados à Índia é o sistema de castas. Os seus defensores pregam que ele é um modelo que visa a construção de uma sociedade harmoniosa, onde cada indivíduo conhece seus deveres, profissão que deve seguir e como se portar socialmente. Esse sistema está presente no Vedas, livros sagrados que são a base do hinduísmo, tidos como a palavra de Deus, perfeitos portanto, e os mais ortodoxos sustentam que ele deve ser seguido à risca.
Os detratores apontam no sistema de casta uma série de injustiças, abuso de poder, segregação e preconceito. Por mais que se queira negar, fica claro quando se visita vilas hindus que as castas estão, além da família de nascimento, associadas à cor da pele.
As castas representam também uma grande barreira para ascensão social. Mesmo hoje em dia quando uma pessoa precisa preencher algum formulário do governo ou para um emprego deve informar a qual casta pertence.
Às castas mais baixas são negados uma série de direitos civis (mesmo que, constitucionalmente, todos sejam iguais).
Por outro lado, o governo tem tomado algumas atitudes que visam compensar esses problemas. Uma delas é a criação de cotas na universidade para pessoas de castas baixas ou sem castas.
Apesar de esforços serem feitos para quebrar os estereótipos, os chamados intocáveis (ou dálitis, párias), os últimos na escala social e que nem mesmo têm uma casta, são vistos com desprezo pelos mais conservadores.
Antigamente, como o nome salienta, pessoas de outras castas nem mesmo os tocavam. Mesmo com muitas dificuldades, os dálitis começam a conquistar os seus direitos. A situação não é mais como antes em que eles não podiam entrar em templos. Uma prova de como a situação dos dálitis mudou bastante é a de que Kocheril Raman Narayanan, um dáliti, foi presidente da Índia.
Originalmente, existiam quatro castas: os brâmanes, sacerdotes religiosos e nobres; os xátrias, guerreiros; os vaixás, comerciantes; e os sudras (camponeses, artesãos e operários). Essas foram se desenvolvendo até chegarem a centenas.

Entenda mais sobre a India no livro "A Índia que eu vi", João Avelar Lobato. Editora Leitura

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Evento sobre a India em Juiz de Fora e Sao Paulo

Editora Leitura e Livraria da Vila convidam para o lançamento do livro: “A Índia que eu vi”.

Venha conhecer mais sobre a Índia! Participe de palestra, discussão com especialistas na área, coquetel e lançamento do livro do escritor João Avelar Lobato. Confira as apresentações de dança e Yoga!

Participação de convidados especiais.


São Paulo: Dia 28 de julho, das 19 às 22 horas
Livraria da Vila
Alameda Lorena, 1731 – Jardins
(11) 3062-1063

Juiz de Fora:
Data: 23 de julho
Horário: 18 horas
Local: Leitura Megastore

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Evento sobre a India em BH

Amanhã, quinta feira, dia 16 de julho, haverá um série de palestras, bate-papo, apresentação de fotos e coquetel sobre a Índia, que contará com o escritor João Avelar Lobato que lança o seu livro A ÍNDIA QUE EU VI, além da participação de especialistas. Entrada Franca.


Belo Horizonte:
Data: 16 de julho
Horário: 19 horas
Local: Leitura Megastore Pátio Savassi
Endereço: Av. do Contorno, 6061- Savassi

Delhi, a capital de muitos impérios



















Segundo a tradição, Delhi foi fundada há 4.500 anos pelos Pandavas, uma dinastia que tem o privilégio de fazer parte do épico indiano Mahabarata. Este livro, do qual faz parte o famoso Bhagavad Gita, trata da história, filosofia e religião de uma forma profunda. São mais de 74.000 versos (quase 10 vezes mais longo do que Ilíada e Odisséia juntas!) que narram batalhas, intrigas, explanações filosóficas, tragédias, amor e caminhos para a iluminação. Os especialistas consideram o Mahabarata a mais extensa produção literária de um único autor. O seu autor, Vyasadeva, é considerado uma encarnação de Vishnu, para muitos o mais importante deus do triunvirato indiano (formado por Brahma, Vishnu, Shiva).





Na época dos Pandavas Delhi era conhecida como Indraprastha. Os remanescentes desta cidade milenar existiram até o século 19, quando foram destruídos pelos britânicos para construir a região de Nova Delhi, que é a capital administrativa da Índia. Na prática, Delhi e Nova Delhi são uma cidade só, apesar de ser evidente o contraste entre a nova Delhi com suas ruas largas e arborizadas e a caótica velha Delhi.





Indraprastha também era conhecida por outro nome complicado, Hastinapur, que significa cidade dos elefantes. Vale ressaltar que o elefante é um animal importante na cultura indiana. Ganesh, divindade popular do hinduísmo, filho de Shiva e associado ao conhecimento e bons augúrios, tem a cabeça de um elefante. Frases relativas ao temperamento desse animal, que aterrorizou as tropas de Alexandre Magno na primeira batalha do general macedônio no país, são comuns.





O elefante é visto como um símbolo de força e sabedoria. No xadrez, que alguns fervorosos defensores afirmam ter nascido na Índia, a principal peça depois do rei e da rainha era o elefante (que hoje nós chamamos de torre). Associar uma cidade ao animal, além de um possível fato histórico, pode ser uma forma de realçar a importância da cidade.








quarta-feira, 8 de julho de 2009

DESCUBRA A ÍNDIA!


Tem início no dia 16 de julho, quinta feira, uma série de palestras sobre a Índia, que contará com o escritor João Avelar Lobato que lança o seu livro A ÍNDIA QUE EU VI, além da participação de especialistas. As datas e locais são:

Belo Horizonte:

Data: 16 de julho

Horário: 19 horas

Local: Leitura Megastore Pátio Savassi

Endereço: Av. do Contorno, 6061- Savassi

Ipatinga:

Data: 20 de julho

Horário: 19 horas

Local: Leitura Megastore Vale do Aço

Endereço: Av. Pedro Linhaço Gomes, 3900/loja 38 - Industrial

Juíz de Fora:

Data: 23 de julho

Horário: 18 horas

Local: Leitura Megastore

Endereço: Av Barão do Rio Branco, 2161 - Centro

São Paulo

Data: 28 de julho

Horário: às 19h

Local Livraria da Vila,

Alameda Lorena, 1731 – Jardins

(11) 3062-1063



terça-feira, 30 de junho de 2009

País dos constrastes

Se uma palavra explica bem a realidade da India essa palavra é constraste. Duas entre as dez pessoas mais ricas do mundo são indianas, ao mesmo tempo, cerca de 300 milhões de pessoas (quase duas vezes a população do Brasil) vivem abaixo da linha da miséria. De um lado a classe média alta de Delhi e Mombay tem ao seu dispor os mais sofisticados e luxuosos bens de consumo, do outro, populações inteiras, de vila e cidades grandes, mal têm o que comer. De um lado lanchas modernas cortam os rios, do outro, elefantes, camelos e tuk-tuks servem de transporte.

Enquanto tradições, como se banhar no sagrado rio Ganges, continuam a ser seguidas por grande parte dos hindus, cidades como Bangalore sçao referência mundial na parte de informática, sendo que o país exporta mais de 90 softwares para o mundo inteiro.
O moderno e o tradicional convivem lado a lado. Templos milenares disputam espaço com Mc Donald's, histórias tiradas de livros sagradas são encenadas por atores milionários em filmes de Bollywood.

O mesmo país em que nasceu Gandhi, um grande pacifista, também promoveu massacres religiosos e étnicos, como na partição da India e Afeganistão. Enfim, constrastes históricos, religiosos, culturais, sociais e economicos estão em toda a parte. E até na comida, que pode ser doce e salga ao mesmo tempo (como o lassi) ou apimentada e refrescante (quando se mistura as mais forte pimentas com temperos refrescantes como gengibre).

Algumas imagens representando o constrate do país (mais no livro A INDIA QUE EU VI, Editora Leitura, 2009)

























Busca Espiritual - Índia

A Índia é conhecida pela importância de seus valores espirituais, e isso nem mesmo o mais cético poderá negar. Se formos olhar os números, eles mostram bem claramente o interesse desse povo pela questão religiosa. Três das cinco maiores religiões da atualidade nasceram na Índia (Hinduísmo, Budismo e Sikhismo) e somadas ao jainismo, também nascida lá, os seus seguidores representam nada menos do que 25% da população da Terra. É um número incrível. 1 em cada 4 pessoas em todo o mundo seguem uma religião nascida na Índia.

Só o hinduísmo tem cerca de 1 bilhão de seguidores (mais de 70% deles na Índia), ficando atrás em termos numéricos apenas do Islamismo e Cristianismo. O budismo é uma das religiões que mais cresce no mundo, e o Sikhismo, pouco conhecido fora da India, tem 25 milhões de seguidores, e isso para uma religião que só nasceu no século 15.

Não bastassem esses números espantosos, o que chamamos de hinduísmo (se quer mais detalhes, leia artigo mais abaixo) é um termo que designa centenas, talvez milhares de escolas, religiões, filosofias e disciplinas espirituais.

O Jainismo, mesmo tendo relativamente poucos seguidores (menos de 5 milhões), é uma religião antiquíssima, que tem muitos elementos em comum com o budismo e hinduísmo, além de sofisticados sistemas de meditação.

E não é só isso. Na Índia é possível ainda encontrar cristãos, judeus, baha'is e outros grupos religiosos.

Além da religião especificamente, a India possui uma infinidade de técnicas de meditação, auto-conhecimento, filosofias espirituais e uma constante busca por entender melhor o ser humano.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

FESTA INDIANA EM RECIFE



Vai acontecer na rua Idelfonso Lopes, 52, perto dos bombeiros, prox. a Visconde de Suassuna. Começa as 20h, no dia 27 de junho, sábado. Apresentações, palestras, comida típica e pré-lançamento do livro "A Índia que eu vi".

Valor: R$ 50,00

contato: 81 3053 1395

terça-feira, 16 de junho de 2009

Livros e sites sobre a ÍNDIA





Forte da cidade de Jodhpur, no Rajstão.


Monastério budista em Spiti, um dos mais antigos do budismo Tibetano.



A boa literatura sobre a Índia em português é escassa. Na internet as opções são maiores, mesmo sendo, em geral, superficiais. Existem e-books que podem ser baixados gratuitamente. Abaixo, alguns livros e sites que eu utilizei no meu livro ÍNDIA (Editora Leitura) ou recomendo listados, na ordem de relevância, pelo título e divididos por assunto.

HISTÓRIA

A History of India: Volume 1 e 2. Romila Thapar, editora Penguin --.

India: A History. John Keay. Editora HarperCollins, 2000.

História da Índia. António Pinto Pereira. Editora: Imprensa Nacionalportugal, 1987.

The Wonder That was India. A. L. Basham. Editora Evergreen Encyclopedia, 1959.

www.jaisalmer.org.uk

www.rajasthantourism.gov.in

www.cao.pt

www.harappa.com

www.mnsu.edu/emuseum/prehistory/india

www.sacred-texts.com (excelente biblioteca com textos religiosos)

BUDISMO

Essência do Sutra do Coração. Dalai Lama. Editora: Gaia Editora, 2006.

Budismo - Significados Profundos. Yun, Hsing.
Editora: Editora de Cultura, 2003.

The Buddhist Handbook. Snelling, John. Editora Rider, London, 1989.

A Doutrina de Buda (Bukkyo Dendo Kyokai) -- Editora Círculo do Livro.

O Livro Tibetano dos Mortos (Bardo Thodol). -- Editora Record.

HINDUÍSMO

Uma boa fonte em português são as publicações da Bhaktivedanta Book Trust. Mais conhecidos como Hare Krishna, a editora é mantida por Vaishnavas que divulgam o trabalho de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, uma autoridade no assunto. Entre as publicações estão a tradução dos famosos Bhagavad Gita, Sri Isopanisad e Srimad Bhagavatam.

Sites do movimento com livros e áudio para download; em inglês e português:

www.iskcon.com

www.bbt.info

http://pt.krishna.com

Outras boas opções são:

www.srimadbhagavatam.org

e-vedas.com

JAINISMO E SIKHISMO

A literatura em português sobre essas duas religiões é quase nula. Os sites abaixo contêm livros para download (em inglês).

www.magiadourada.com.br/jainismo.html

www.jainism.org

www.jainworld.com

www.sikhs.org

www.sikhism.com

www.srigurugranthsahib.org

BAHA’Í

Revelação Baha’í. Abdui Baha. Editora: Bahai --.

Baháulláh. Bahaí. Editora: Baha’í, 1991.

www.bahai.org.br

VIAGEM

Para quem pretende visitar para a Índia, os livros da Lonely Planet facilitam a escolha de pousadas, locais para visitar e fazer refeições. Só não confie cegamente no que é dito. Outra opção é o Rough Guide, que traz mais informações mas de uma forma desordenada. Uma dica é conferir o site do governo com relação aos lugares que você irá visitar. A maioria das cidades tem o seu próprio site com dicas, mapas, sugestões de pousadas e pontos turísticos.

Lonely Planet India. Sarina Singh. Editora: Lonely Planet, 2006.

The Rough Guide to India 6. David Abram. Rough Guide Travel Guides --.

CULTURA

Diário de Bollywood. Franthiesco Ballerini. Editora: Summus, 2009.

A Música Clássica da Índia. Alberto Marsicano Editora: Perspectiva --.

www.indiaculture.net

www.indiancultureonline.com

CAMINHO DAS INDIAS - HINDUÍSMO ESTERIOTIPADO?



A estrutura de uma novela, com seus clichês, previsibilidade, maniqueísmo e personagens esteriotipados acaba por afetar o conteúdo abordado por ela. No caso da novela da Globo vemos em diversos momentos uma brutal deturpação da cultura indiana em favor da construção da trama.
No meu livro ÍNDIA, o relato de uma viagem pelo país e informações sobre cultura, história e costumes, falo um pouco sobre o hinduísmo, tema que vem sendo tratado de forma muito esteriotipada pela novela. Veja abaixo um extrato da parte sobre hinduísmo do livro:

" Eles são mais do que cinco vezes a população do Brasil. São um bilhão de seguidores ao redor do mundo, quase todos na Índia. Apenas o cristianismo e islamismo possuem mais féis. Seus deuses chegam aos milhares, seus livros sagrados com suas incontáveis traduções e comentários poderiam encher Biblioteca do Congresso dos EUA, a maior do mundo.

Fica claro pelas suas dimensões que entender o hinduísmo é um desafio. Ao contrário das religiões influentes no Ocidente, o hinduísmo não tem um fundador, um sistema teológico específico, nem uma organização central. Hinduísmo é uma referência a milhares de diferentes grupos religiosos, filosofias, sistemas morais e escolas que evoluíram ao longo dos últimos 3.500 anos na Índia.







Hinduísmo, a exemplo do judaísmo, passou a ser parte da identidade do povo. As pessoas nascem hindus, se intitulando assim pelo resto de suas vidas mesmo que não sejam praticantes da religião.




Uma característica interessante dessa religião ilustra bem o sutil pensamento filosófico da Índia: o henoteismo. Dentro dessa ideia, diferentes escolas creem que existe um único Deus sendo todos os demais deuses e deusas representações dele. Os vaishnavas, por exemplo, acreditam que Vishnu é a suprema personalidade de Deus, para outros, Shiva tem essa função. Dessa forma, múltiplos deuses e religiões coexistem; e devotos de diferentes linhas podem cultuar os mesmos deuses."

Leia mais em ÍNDIA, Editora Leitura.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Os Indianos

Não dá para entender a Índia como um país. Ela tem as dimensões e complexidades históricas, sociais e culturais de um continente. Cada estado tem suas linguas, alfabeto, costumes, cultura, vestuário e comida. Cruzar de um estado para outro significa entrar em outro país, onde as pessoas são totalmente diferentes. Abaixo algumas fotos que mostram essa diversidade.











Muçulmanos na Índia











Os muçulmanos contribuíram de forma importante para a cultura indiana. Os Mughal, por exemplo,  dinastia que reinou no norte da Índia por mais de 200 anos, foram responsáveis por importantes obras arquitetônicas, como o Taj Mahal, Forte de Agra, Red Forte, em Delhi, Jama Jasmid (acima), a cidade de Fatephur Sikri, entre outras. 

Essa contribuição, no entanto, foi longe de ser pacífica. Conflitos entre muçulmanos e hindus ocorrem ainda nos dias de hojes. A partição (momento em que a indepência foi declarada e foram criados Índia e Paquistão) teve como base conflitos territoriais e religiosos, ocasionando milhares de mortes e o maior êxodo da história da humanidade. 

Se você quer saber mais sobre esse país repleto de histórias, lendas, misticismo e tradições, confira o livro ÍNDIA, Editora Leitura, de João Avelar Lobato.   

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Como são os Casamentos arranjados?


"Desde a independência da Índia, em 1947, o número de pessoas que lutam pela extinção dessa prática tem aumentado, mas ainda é muito comum, em especial em vilas. Sem nenhuma relação com o desejo do futuro casal, o casamento arranjado procura atender os interesses das famílias envolvidas. Em muitos uma mulher pode ser obrigada a casar quando ainda criança, pois a sua saída de casa representa menos gastos para a sua família. Fatores econômicos e sociais são preponderantes na escolha do noivo ou noiva.

No outro lado da história, o casamento arranjado é uma prática que dá a família uma segurança de que sua filha terá alguém para apoiá-la. Ele representa uma estabilidade social e econômica.  

Um fato curioso é que os casamentos arranjados têm mais chances de sucesso na Índia do que os por escolha dos cônjuges. O motivo é que neles as famílias dão suporte aos noivos que, em muitos casos, acabam por se apaixonar. Nesse sentido, o casamento se torna mais importante para marido e esposa que a união deles seja duradoura.

Comumente antes do acordo ser fechado, futuro noivo e noiva se encontram e podem optar por não querer aquela pessoa.

Um último ponto importante para entender o casamento arranjado é que na Índia homens e mulheres que não se conhecem não têm liberdade para conversar em lugares públicos. Em grandes cidades, entre grupos sociais com mais influências do Ocidente, o cenário é diferente, mas mesmo assim é muito mais difícil conhecer alguém fora do seu circular familiar e social." 

Extrato do livro "A  Índia que eu vi", que será lançado pela Editora Leitura (www.editoraleitura.com.br) no final de junho


Casamento indiano em Tâmil Nadu, no sul do país; as festas duram três dias. 


Os indianos


A primeira vez que eu visitei a Índia foi em 1998, onde trabalhei numa vila no interior de Tâmil Nadu. Fui acolhida por famílias que, apesar de poucos recursos financeiros, me trataram como se eu fosse um deles, tinham uma infinita generosidade e amor. Desde então fiquei apaixonada pelas pessoas, pela cultura complexa que ainda estou descobrindo e continua me fascinando. E fiquei viciada pela comida!

Susannah Pritchard.

Abaixo algumas fotos de pessoas da vila em que morei. 








 









Caminho das Índias - Polêmica dos Dálitis


A novela Caminho das Índias tem gerado muitas polêmicas. Indianos residentes no Brasil reclamam que a autora, Glória Perez, tem uma visão esteriotipada, atrasada e distante da realidade do país. 
A maior das polêmicas diz respeito aos dálitis (ou intocáveis, os párias, pessoas que não possuem casta, sendo os últimos na hierarquia social). Susannah (que morou na India por quase 2 anos) e eu, que morei no Sri Lanka e tive a oportunidade de ir para a Índia, vimos de perto a realidade, e de fato ela não é exatamente como se apresenta na novela.
Como está no nosso livro "A  Índia que eu vi" (e se você gosta de temas relacionados com a India, sugiro que de uma olhada no livro, que será lançado pela Editora Leitura www.editoraleitura.com.br no final de junho),  o governo tem tomado algumas atitudes que visam compensar esses problemas. Uma delas é a criação de cotas na universidade para pessoas de castas baixas ou sem castas.

            Apesar de esforços serem feitos para quebrar os estereótipos, eles ainda são em muitas partes os últimos na escala social e são vistos com desprezo pelos mais conservadores.

Antigamente, como o nome salienta, pessoas de outras castas nem mesmo os tocavam. Mesmo com muitas dificuldades, os dálitis começam a conquistar os seus direitos. A situação não é mais como antes em que eles não podiam entrar em templos. Uma prova de como a situação dos dálitis mudou bastante é a de que Kocheril Raman Narayanan, um dáliti, foi presidente da Índia.

A situação é realmente difícil, existe preoconceito, mas o retrato apresentado na novela pertence ao passado, as manifestações e o comportamento dos personagens é no mínimo exagerado.